quinta-feira, 30 de abril de 2015

Daninhas…


Daninhas…


De um lado para o outro
Escarifico a terra húmida
Da chuva que só agora veio,
Sempre vem o que tem que vir…,
Mesmo que tarde o homem diga,
Tardego o ano e o cultivo…

Revolvo a terra
Em desajeitados passos
De aprendiz,
Meio cruzados,
Perpendiculares deveriam ser,
Eficazes são pela perseverança...

Arranco as mil coloridas ervas,
Em mil pedacinhos as desfaço,
Quase a pensar as amaldiçoo,
Não, não sou pessoa de mal…,
Assim as enterro
Como cinzas,
Mortas…

Sempre renascem…


Évora, 2012-05-10

José Rodrigues Dias in A Terra de Duas Línguas II, Editora Lema d'Origem, pp 82-83, 2013.

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