Poemas com "guerra" e "paz" / 5,
o quinto (de 2015 em livro de 2020) no quinto dia de guerra, que acabe depressa.
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O canhão no Sítio da Nazaré
Tu me afrontas,
do alto me provocas
como cão
sem dono nem tino
que dia e noite
me ladra,
ladra...
Eu sou este mar,
uma terra de imensa paz
onde um homem se refaz
e se vem banhar...
Mas tu do alto me afrontas
e em certos dias
como santo
em desespero
neste pensamento
disperso
em ondas de muita espuma
navegando o tempo
me perco...
E quando o grande vaso
de água se enche e extravasa
da tua permanente provocação
sobre ti em arco disparo
o meu canhão
que em mim guardo
de estranho olhar
então,
mas ainda assim, olha, repara,
isso é amor,
porque é uma imensa diversão
o que o homem além aguarda,
não é furor,
isto é ícone duma velha paixão...
2015-01-21
in José Rodrigues Dias, Avistamentos de mares, Segunda viagem (Trilogia), 228 pp, 2020.
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Jrd, 2022-02-28
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