segunda-feira, 18 de julho de 2022

Do templo, da beleza, da harmonia e do silêncio

 




Do templo, da beleza, da harmonia e do silêncio


Um templo sagrado. No meio, sob a abóbada, em silêncio reservado, tu sentado.  No Oriente, uma luz difusa, aconchegante. Uma batuta, um coro de vozes, irmanadas, eleva-se, envolvendo-te, enlevando-se, o templo todo se enchendo.Uma nota perdida, uma corda partida, dissonante. Outra nota perdida.Um arrepio. De mãos dadas, irmanadas, a harmonia ainda mais se acentuando com uma leve dissonância, o todo logo a integrando. No meio do templo, cheio, sob o a abóbada, aquela  beleza te enchendo de uma interior harmonia, nenhuma nota dissonando. 

Sais, olhas. Não há fumos, não há ruídos de guerras, não há gritos.

Voltas a olhar. Há uma tranquilidade que no silêncio te banha, sentindo o coro de vozes que em harmonia se eleva, enlevando, e te leva. O céu é de um azul  com a limpidez do silêncio do templo, a luz morna em harmonia.

Uns ramos verdes de uma árvore fresca, por ti plantada, refrescam as vozes se elevando, irmanadas, te levando, sem vozes perdidas, sem cordas partidas.


Jrd, 2022-07-18


domingo, 17 de julho de 2022

Da beleza e do desafio do sonho (Do tempo, do movimento e da vida)

 



Votos de uma óptima semana e de boas férias para quem as tiver!

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Este o Poema/texto que ontem tentei colocar no Facebook mas que, por razão desconhecida, não consegui.

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Da beleza e do desafio do sonho

(Do tempo, do movimento e da vida)


Estás à entrada de ti, talvez à saída. 

Logo ali, uma porta, a rua, o caminho. Um instante efémero, um sonho num instante florido num canteiro, a duração de um infinitamente pequeno, vindo, logo se indo. 

Olhas, um primeiro passo, metade do caminho. Depois, outro passo, metade do caminho restante. Outro passo, metade da metade restante. Outra e outra metade, a sucessão, sucessivamente, de infinitamente pequenos, cada vez mais pequenos. 

Lembras-te, então, do Zenão de Eleia, da impossibilidade do movimento. 

Sentes, eventualmente, o teu destino não atingido, o sonho não feito ramo de louro!

Ainda uma outra meia distância do caminho restante, depois outra, o caminho feito de passos infinitamente pequenos, sucessivamente, lá longe o destino, ainda lá longe, sem fim os sucessivos passos.

Ai!, aquele Zenão da Filosofia dos paradoxos.

Entretanto, sem movimento, onde o tempo, o "entre", o "antes" e o "depois", o sonho feito ramo de louro?

Sem tempo, sem movimento, onde o nascimento de Jesus, a morte de Cristo, a partilha do pão e do vinho, o vinagre, o urdir  e o desurdir de Penélope, onde o renascimento de Fénix?

E onde umas gotas de água com que dás de beber a uma flor pura, ao calor, sedenta?

E onde o sorriso de um neto?

E eis que estás ali, à saída de ti, a rua ali, olhando a beleza do sonho, o arrojo de um Infante, o chamamento dos mares, o movimento de um povo.

E eis que, entretanto, te lembras tu também da Matemática do concreto, da soma de uma série, do caminho todo, integral.

À saída de ti, a rua ali, olhando, perguntas-te, interrogando-te: vou ou fico?

Vamos ou ficas, pergunto eu?


Jrd, 2022-07-16/17


sábado, 2 de julho de 2022

Cores e tons

 



A propósito da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

outro poema, este da "Terceira viagem", escrito em 2017, incluído numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-07-02


sexta-feira, 1 de julho de 2022

Talves apenas poetas

 



A propósito da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

outro poema, da "Segunda viagem", este de 2015, incluído numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-07-01


quinta-feira, 30 de junho de 2022

Cais

 



A propósito da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

outro poema, de viagens interiores, da "Primeira viagem", este de 2012, incluído numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-06-30


quarta-feira, 29 de junho de 2022

Ilhas de amores

 



A propósito da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

olhando aqui o lado do sonho e da aventura, e do amor, outro poema, este de 2017, incluído numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-06-29


terça-feira, 28 de junho de 2022

Onda negra

 



A propósito da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

olhando aqui o lado negro, outro poema, este de 2014, incluído numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-06-28


segunda-feira, 27 de junho de 2022

A costa alentejana, o mar e o amor

 



Depois de um interregno aqui no blog, devido a um problema de saúde, que não no Facebook, melhorando, a propósito agora da 

"Conferência sobre os Oceanos", 

alguns poemas incluídos numa trilogia dedicada ao "mar", publicada em 2019 e 2020, todos os poemas com a palavra "mar" ou uma dela directamente derivada.

As capas dos livros podem ser vistas no lado esquerdo do blog:


Jrd, 2022-06-27


terça-feira, 7 de junho de 2022

Frutos

 



Escrito neste dia, em 2012, em livro de 2018... (23)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-07


segunda-feira, 6 de junho de 2022

Se outro é o tempo

 



Escrito neste dia, em 2014, em livro de 2020... (22)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-06


domingo, 5 de junho de 2022

O melro e o ambiente

 



Escrito neste dia, em 2019, em livro de 2021... (21)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-05


sábado, 4 de junho de 2022

Em silêncio de Primavera se renasce

 



Escrito neste dia, em 2019, em livro de 2021... (20)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-04


sexta-feira, 3 de junho de 2022

Que coisa as palavras

 



Escrito neste dia, em 2015, em livro de 2020... (19)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-03


quinta-feira, 2 de junho de 2022

Frutos de Junho

 



Escrito neste dia, em 2018, em livro de 2021... (18)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-02


quarta-feira, 1 de junho de 2022

Naquele tempo, eu criança, a Luz…




Escrito neste dia, Dia da Criança, em 2015, em livro de 2015... (17)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-06-01


* * * 

Naquele tempo, eu criança, a Luz… 

 

 

Teria eu doze ou treze anos…

Catorze?... Talvez não…

Não havia luz eléctrica,

a luz era a do Sol, da Lua,

do azeite na candeia, do petróleo

e era a daquela pedra

mágica

no candeeiro

que com água ardia

como ardia em furo de batata crua,

 

nós, Mãe,

ao lume em espera,

nós, Pai,

 

a noite longa no olhar…

 

E era a luz das estrelas, de Guerra Junqueiro…

 

Assim em Talhas, a minha aldeia,

era assim,

eu, nós, tudo, o tempo todo escuro…

 

E eis que uma pilha de pequena lanterna

e um pequeno circuito eléctrico construído

de eu o ter no Porto no colégio aprendido,

 

e eis que uma luz, primeira,

no meu quarto, iluminado,

eu fascinado, luzia, pioneira,

 

naquele tempo, eu, garoto,

a aldeia com luz de candeia,

eu, assim, tão límpida a luz…

 

Algum tempo depois

(dois, três anos?...,

talvez, quem sabe…,

se já lá vão cinquenta anos!…),

  

e eis na aldeia a electrificação

e o momento da inauguração…

 

Olhei, então, e fixei uma lâmpada,

era ali junto à Igreja,

era a noitinha,

nem se via

nem deixava de se ver,

era noite e era dia…

 

E eis que a minha lâmpada não se acendeu

(as outras, sim, porque o oh! da gente

logo aí aconteceu,

quente...),

aquela lâmpada, que fizera minha,

ali junto da casa de Deus, não se acendeu

e nunca eu soube o porquê,

logo eu, exactamente…

 

Que sombra de nuvem negra a teria encoberto,

logo ali, logo naquele momento, aquela minha luz

que no meu quarto eu antes a tinha descoberto?…

 

Repara,

digo-me agora em templo,

aí tens!…

 

Creio que vem daí

o fascínio do teu olhar

pela coisa da Luz,

 

de certos encontros

o caminho,

e de desencontros,

 

à procura da alteridade

em ti, no outro,

em mim, em liberdade…

 

2015-06-01


in José Rodrigues Dias, Fiat Lux (no ano da Luz), Ed. Autor, 90 pp, 2015.


* * *


Jrd, 2022-06-01


terça-feira, 31 de maio de 2022

O branco de Alentejo

 



Escrito neste dia, em 2019, em livro de 2021... (16)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-31


segunda-feira, 30 de maio de 2022

Da Luz, a gente

 



Escrito neste dia, em 2014, em livro de 2020... (15)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-30


domingo, 29 de maio de 2022

É do silêncio

 



Escrito neste dia, em 2017, em livro de 2018... (14)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-29


sábado, 28 de maio de 2022

Descansa

 



Escrito neste dia, em 2012, em livro de 2018... (13)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-28


sexta-feira, 27 de maio de 2022

O interior da palavra

 



Escrito neste dia, em 2015, em livro de 2020... (12)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-27


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Universidade

 



Escrito neste dia, era um sábado, em 2018, em livro de 2021... (11)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-26


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Uma taça para ti

 



Escrito neste dia, em 2019, em livro de 2021... (10)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-25


terça-feira, 24 de maio de 2022

Ruela de Évora

 



Escrito neste dia, em 2012, em livro de 2018... (9)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-24


segunda-feira, 23 de maio de 2022

Enxada, pena e canto

 



Escrito neste dia, em 2017, em livro de 2018... (8)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-23


domingo, 22 de maio de 2022

Tu, terra, Eva...

 



Escrito neste dia, em 2012, em livro de 2018... (7)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-22


sábado, 21 de maio de 2022

Da sabedoria das flores e das palavras

 



Escrito neste dia, em 2018, em livro de 2021... (6)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, um de vários, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-21


sexta-feira, 20 de maio de 2022

Flor de romã

 



Escrito neste dia, em 2018, em livro de 2021... (5)


(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, mas de um ano anterior).


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-20


quinta-feira, 19 de maio de 2022

Medo não teve Catarina

 



Escrito neste dia, em 2013, em livro de 2020... (4)

(Continuando esta sequência de poemas, cada um deles escrito no dia e mês em que se está, mas de um ano anterior).

A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-19


quarta-feira, 18 de maio de 2022

Do sentido da vida

 



Escrito neste dia, em 2018, em livro de 2021... (3)


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-18


terça-feira, 17 de maio de 2022

O coelho bravo

 



Escrito neste dia, em 2019, em livro de 2021... (2)


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-17


segunda-feira, 16 de maio de 2022

(A)Braço

 



Escrito neste dia, em 2017, em livro de 2018... (1)


A capa do livro encontra-se no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-16


domingo, 15 de maio de 2022

O homem, o Sol e a Lua

 



Enquanto não começo outra série de poemas já publicados...

Escrito ao iniciar desta noite, com uma foto do nascer do Sol da semana passada e uma da Lua tirada há uns 30 minutos.

Votos de uma boa semana para todos, com um banho de Paz.


Jrd, 2022-05-15


sábado, 14 de maio de 2022

Do Primeiro de Maio

 



Um livro / um poema ... 36/36


Terá gostado, Amigo leitor?


Do último livro de Poesia, o 36º publicado, este poema de abertura, terminando assim esta sequência de "Um livro / um poema". 

A foto inserida é recente. 

A capa deste livro, bem como dos anteriores, todos presentes na Biblioteca Nacional, pode ser vista no lado esquerdo do blog.

Em termos globais, o número de poemas diferentes já publicados em livros ronda os 3510. 

Da quantidade, sei eu, uma vida a trabalhar com números e fórmulas. 

Que pensará o leitor da qualidade? 


Jrd, 2022-05-14


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Da dúvida perpétua

 



Um livro / um poema ... 35/36


Do 35º livro de Poesia dos 36 já publicados, este poema escrito no 4º trimestre de 2019, nesta sequência de "Um livro / um poema". 

A foto inserida é recente. 

Este livro, o 4º de uma série de 4 com a produção poética de 2019, por trimestres, contém 119 poemas, todos em tercetos simétricos (294, no total). 

Em termos globais, no ano de 2019, contam-se 564 poemas com 1424 tercetos simétricos.

A capa pode ser vista no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-13


quinta-feira, 12 de maio de 2022

Em tempo de noite

 



Um livro / um poema ... 34/36


Do 34º livro de Poesia dos 36 já publicados, este poema escrito no 3º trimestre de 2019, nesta sequência de "Um livro / um poema". 

A foto inserida é de hoje, a noite já chegada. 

Este livro, o 3º de uma série de 4 com a produção poética de 2019, por trimestres, contém 167 poemas, todos em tercetos simétricos (427, no total). 

A capa pode ser vista no lado esquerdo do blog.


Jrd, 2022-05-12