Com votos de um Feliz Ano Novo, sem dor... com um poema de amor.
Jrd, 2021-12-31
(Traçados sobre nós - Traço: José Rodrigues Dias; Blog em remodelação)
Com votos de uma Boa Consoada e de um Bom Natal, 3 tercetos simétricos acabados de escrever.
Jrd, 2021-12-24
Simples, um terceto simétrico escrito neste dia, em 2017, com o simbolismo de um terceto de romãs, em livro de 2021.
Jrd, 2021-12-23
Renovando os votos de um Bom Natal, o melhor possível, outro poema com o título "Natal", este escrito há precisamente 8 anos, em livro de 2020.
Jrd, 2021-12-22
um poema escrito há precisamente 7 anos,
em livro de 2020.
* * *
O Solstício do frio e o Natal
É
o Sol caindo em moita de sombras
em
solstício neste norte de frio
como
um moribundo triste em leito
com
sua cor de vida em dor se diluindo
e
seu sangue espesso correndo lento
e
seu olhar turvo,
é
um Sol exangue
mas
é como aquele homem
com uma cruz caindo
que
ouvindo
uma
palavra amiga
se
diz
não,
mais
não!,
e
logo então no cair se queda
e
sua cor de morte outra logo se faz
em
renovação de sangue
em
purificação
que
decorre de livros antigos
e
de novo o Sol em luz suave se eleva
mesmo
que primeiro em movimento trémulo
como
ancião já quase dormente
que
sentindo o calor e a chama de lareira
e
um gole de mezinha antiga bem quente
lhe
dá uma outra força
e
fôlego para uma nova partida,
assim
este dormente Sol
exangue
nesta
sua fragilidade aparente
em
queda
como
doente
e
a grandeza da vida
que
renascendo se eleva
mesmo
se parecendo já perdida
em
poente…
2014-12-21
in José Rodrigues Dias, Diário Poético
(2012 - 2016), Livro seis,
6/10 (Julho a Dezembro de 2014),
188 pp, 2020.
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Jrd, 2021-12-21
Senhora do Ó - Sé de Évora |
Senhoras do Ó
O Sol da tarde enche todo o
céu
mas dentro é outra a Luz.
Lou Reed deixa vazio na
cidade.
O órgão enche todo o
silêncio.
A Senhora tem o ventre
cheio
e a mão do coração toda
aberta sobre ele,
maiores parecendo os seus
finos dedos.
Quase a seus pés,
na nave central, um pouco a
oriente,
a senhora, sentada, põe a
mesma mão
sobre o seu ventre já em ó
grande
e o olha
como a um início de sorriso
e o acaricia
ora em movimentos lentos
com a mão como a da Senhora
toda aberta
ora, parando por vezes,
apenas com a ponta dos seus dedos
ligeiramente encurvados,
docemente,
como se acariciasse dentro
um cabelo
ainda pequenino e frágil…
O órgão enche o grandioso
templo
e aquela mão do coração
todo o tempo
cobre de pura ternura o
pequeno templo
gerado em forma de um ovo e
de um ó,
poema sagrado aquele
momento
de enternecimento,
profana é qualquer palavra…
2013-10-27
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro quatro, 4/10 (Julho a Dezembro de 2013), 276 pp, 2020.
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Jrd, 2021-12-18
dom Quixote, Suplemento de Artes e Letras do Diário do Sul, 2021-12-13. |
Mudar a pensar
Quanto caminho tens por
certo a percorrer!
Quanto caminho tens para
cair e te erguer,
podendo tal tanto não te
acontecer
se tal fosse o teu querer
bem querer!
Quantos, sentidos fortes
como tu, contigo, não serão
os que, como tu caindo,
convencidos no caminho,
caindo, nunca mais talvez
se levantarão,
porque não sabendo ainda
como o fazer poderão!
É que,
sabes, digo-to eu agora, divertido mas preocupado,
olhos fixos nos olhos e
olhos no passado,
grande pode ser o ser
físico do teu presente
pujante te parecer;
mas, medita e acredita mesmo, pequeno poderá ainda ser
o saber do
teu inebriado jovem ser, talvez pelo vão poder,
porque tempo não pudeste
ainda ter para mais ter!
Muito poderás ainda ter que
ver,
calado, ouvindo no
silêncio, a pensar,
a interrogar-te, a duvidar,
a pensar muito e a muito
aprender,
ouvindo o silêncio a
ensinar-te a conhecer,
e a conhecer-te, a
apreender!
Mais tarde, depois, no
iniciar da tarde de um certo dia,
no teu justo
e chegado dia, se chegar, se ele te chegar...,
saberás o que bem fazer em
cada novo dia!
Não o fazer de força física
feito,
que depressa, vais ver,
ficará desfeito,
mas o fazer de saber
amadurecido em cada dia!
Lembra-te, se isso
aprendeste e já esqueceste,
ou (ainda) não viveste,
do velho Ancião, imponente,
talvez já doente,
talvez tua Mãe, teu Pai talvez,
no seu
lugar, que ninguém ousa sequer pensar ocupar,
ausente e presente, a tribo
à volta do fogo ardendo,
calado,
respeitado, observando, ouvindo, respeitando,
mas, por fim, Sábio,
ponderando e justo decidindo,
com a luz do fogo
iluminado, iluminando!
Sábio, Ancião,
o jovem caído levantando,
com ternura aconselhando,
talvez tu, se olhares,
o Futuro olhando!
Talvez tu, tu,
com amargura,
com doçura!
Talvez tu!
in José Rodrigues Dias, Poemas em caminhos do vinho e da vida, 290 pp, 2021.
(Retirado do primeiro livro publicado: Braços Abraçados, 82 pp, 2010).
Ler mais neste link:
https://www.novoslivros.pt/jose-rodrigues-dias-inesperadamente-nasceu-e-fez-se-livro/
A foto foi tirada durante a apresentação de uma comunicação no "III Congresso Internacional Língua, Literatura, Vinho e Território", na Universidade de Évora (Novembro de 2021).
Jrd, 2021-12-16
Poema escrito há precisamente 3 anos, incluído no penúltimo livro, sendo a foto desta noite.
Jrd, 2021-12-15
Terceto simétrico escrito há precisamente 3 anos, em livro de 2021, sendo a foto da Igreja de S. Francisco (Évora).
Jrd, 2021-12-14
Terceto simétrico escrito neste dia, há precisamente 5 anos, incluído no penúltimo livro.
Jrd, 2021-12-12