Cidade grande
Cidade grande,
Com ondas de gentes
Empurradas para os limites,
Espumando desfeitas nos rochedos!
Empurradas para todos os limites…
Limites do espaço, da miséria, da
vida,
Do tempo todo sem tempo nenhum livre…
Sem tempo mesmo para se amar serenamente…
E o monte, simples,
Na sua morada altaneira,
Asseada, varrida pelo vento,
Olhando e dormindo ao pé do céu,
Lá em cima, junto ao céu das estrelas,
Sobre a planície sempre sua
companheira,
Meneando os seus cabelos longos de trigo,
Docemente aberta a amor genuíno
De amantes assim eternos,
Sem um queixume,
Livres e iguais,
Ternos…
José Rodrigues Dias, IV Antologia de Poetas Lusófonos, Folheto Edições, p. 281, 2011.
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