(A propósito de outro Prémio Nobel de Física, 2013)
Bosão de Higgs, a partícula de deus e do diabo
Tu, que és muito feminina,
quase mulher,
bela, altiva, fugidia,
o homem esbaforido atrás de ti
pelas montanhas alpinas
escondida
em jogo de gato e rato
de enamorados,
enguia,
tu, assim muito feminina,
capa de revista,
a senhora do ano…,
partícula de deus
costela
feiticeira do homem,
buraco grande negro enorme
e aquele vácuo,
um vácuo em catástrofe
do diabo,
um nada muito feminino
escondido
conferindo massa e volume e
contornos
e talvez uma certa harmonia
ao coração e a tudo,
fugindo,
mas num dia de stress muito
alto
talvez a instabilidade
e o colapso
no tempo e no espaço
do homem inteiro
perseguindo em todos os
infinitos
o além,
como louco, loucamente,
por subtis veredas
de luz
e sombras
que ora são de salvação
efémera
em noite de exaltação de
mestre
ora de total destruição,
perpétua,
de deus…,
oh partícula
do diabo!,
paixão do homem,
maçã de Adão…
2014-09-10
José Rodrigues Dias, Poemas daquém e dalém-mar, Ed. Forinfor, 2016.
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