Da luz de cada fotografia
Cada
fotografia,
uma
página aberta do livro da vida
que
em nós se inscreve pela tardinha
como
melodia...
Livro
de autor
que
sendo de todos
é
de cada leitor...
Livro
lido de mil, mil e uma..., maneiras
a
mando de um coração, dúbia a razão,
dum
momento, calor da luz em difusão,
e
um olhar leve ou pesado das canseiras...
E
tu sabes, aberta ao acaso cada página
ou,
então, no contexto, na certa posição
lembrando
ali ou não uma outra página...
Talvez
ali esteja um menino
olhando
longe o mar da vida, grande,
ali
já sonhando, e pequenino...
Talvez
ali tu, ainda menino,
sem
ter o mar (o mar, tão longe, o que seria?...),
ou
talvez tu, aí, pequenino,
a
sondar, perscrutando, o mundo,
o
relegere, o religare,
tudo
ali simples mas tão profundo...
Eis
a força de um braço na partida
ou
o Sol a pôr-se na jangada
regressando
cada Ulisses
de
longa e concreta jornada,
por
cada Penélope uma teia urdida...
Da
luz de cada fotografia
uma
página de uma viagem
que
como teia se escrevia...
2016-01-21
* * *
Um de diversos poemas escritos no dia 21 de Janeiro, este de 2016, em livro do mesmo ano. A foto é de inícios de 2022.
Jrd, 2022-01-21
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