quarta-feira, 4 de novembro de 2020

De amanhã

 



De amanhã

 

 

Lá do fundo, quase longe,

na mesa que é a minha e dos meus papéis,

e sobretudo a do meu pensamento solto,

olho o que no café se movimenta:

pessoas e gestos,

passos demorados de gastos,

outros tempos de ouvidos lamentos,

olhares cruzados e desviados,

cumplicidades,

vazios,

coisas da bola

e notícias de tormentos…

 

Hoje penso,

olhando,

no que por sinais

nos caminhos se desenha

em encontros e desencontros

de acasos ou não

em ruas e praças

com gente perdida em gritos,

gritos de ódio alguns, quem diria…,

ou em sorrisos tristes

de amanhã…

 

2012-11-04


in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro dois, 2/10 (Julho a Dezembro de 2012), 238 pp, 2020.


* * * 

Jrd, 2020-11-04

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