terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Oásis


Décimo livro de Poesia.

Oásis


Rasgo um rego fundo do mar até este seco
e a água derramando-se vem em verdes e azuis
e a vida espraia-se pelas ondulações dos dias.
Pelo caminho tiro o sal
nas areias coado
e à morte o deixo.
Consulto a sabedoria dos anciãos
nos sinais maiores do Sol e da Lua
e os pormenores na discrição da noite
em estrelas que nos adormecem
ao som intercalado de grilos.

Da construção,
limpo o suor ao chegar da noite
e pelo sono
fecho o dia
e abro devagar o dia seguinte.

De duas palmeiras faço duas colunas
e à entrada as coloco direitas,
como no cais
da cidade maior
das Tágides.

Depois, no sagrado puro
deste chão regado de verdes e azuis
irão habitar os homens…

2012-04-13

in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro um, 1/10 (Janeiro a Junho de 2012), Ed. Forinfor, 280 pp, 2018.


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Jrd, 2019-12-10

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