Palavras ab manu
Quase
sempre,
é
sempre da minha vida
(de
noite, de dia)
que
se move em fotografia
de
uma sabedoria maior
que
copio palavras
nela
guardadas,
sábias
e discretas,
libertas,
desamarradas
do
tempo e do espaço
de
uma terra ou de um mar,
quase
sempre
de
um meu passo…
Sou
apenas um copista
ab manu
de
um quadro belo
de
um artista
(de
um homem que lavra a sua terra
com
a sua própria palavra
como
um filósofo, um poeta ou um cientista),
cheio
cada quadro de movimento
(pois
o que no tempo parou,
no
momento acabou)…
Vou
aprendendo com os mestres
este
meu novo ofício
de
copiar
(o
essencial diverso está escrito
em
já tanto verso…)
ainda
que podendo mudar
o
tom do tempo e no espaço a posição
de
alguma movediça palavra
menor
e mais leve
que
o meu ser fraco eleve
sem
que altere
nem
a pedra
nem
a construção…
2014-02-18
In José Rodrigues Dias, Avistamentos de mares, Segunda viagem (Trilogia), Ed. Forinfor, 228 pp, 2020.
Jrd, 2020-03-01
Jrd, 2020-03-01
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