Das palavras
Tenho o meu canto,
guardo-o como lugar quase sagrado
e nele me resguardo.
Uma velha mesa, um banco duro,
um coto de vela, um copo de água,
uma pena velha, o papiro escuro.
É tempo,
acendo a vela,
sento-me.
À minha frente, em recordação,
o sinal de uma cruz a elevar-se do chão,
passos dados, passos que virão...
Embarco, iço a vela,
largo o barco
e vou ao sabor dela...
Só os ventos, com marés libertas,
saberão do sentido e dimensão das palavras
recolhidas nas entranhas abertas!
2016-02-13
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012-2016), Livro nove, 9/10 (Janeiro a Junho de 2016), 214 pp, 2021.
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Jrd, 2021-02-13
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