sábado, 13 de fevereiro de 2021

Das palavras

 



Das palavras



Tenho o meu canto,

guardo-o como lugar quase sagrado

e nele me resguardo.


Uma velha mesa, um banco duro,

um coto de vela, um copo de água,

uma pena velha, o papiro escuro.


É tempo,

acendo a vela,

sento-me.


À minha frente, em recordação,

o sinal de uma cruz a elevar-se do chão,

passos dados, passos que virão...


Embarco, iço a vela,

largo o barco

e vou ao sabor dela...


Só os ventos, com marés libertas,

saberão do sentido e dimensão das palavras 

recolhidas nas entranhas abertas!


2016-02-13


in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012-2016), Livro nove, 9/10 (Janeiro a Junho de 2016), 214 pp, 2021.


* * *


Jrd, 2021-02-13



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