Poema escrito neste dia, em 2018 (a foto de hoje):
Talvez a Vida seja a Primavera
Recolhe-se em
sua casa, bem dentro de si,
a chuva lava o
sujo, o vento leva o seco já sem vida,
e a semente
sente o seu tempo de renascer...
Desço ao interior do poço,
dentro
de mim desço, o tempo é da noite
e
é no silêncio que me oiço...
Recolhido, vendo sem ver, a palavra dita baixo,
não
há ruído, só eu e o que digo e oiço, só eu,
chuva
é uma outra coisa como o silvo do vento...
Chuva, neve e vento,
objectos
do tempo limpando pragas,
dentro
é outra coisa...
Lembro esse
sentido da Quaresma,
entrega,
partilha do pão e morte, e da semente
almejando ver a
Luz de Primavera...
Saio
por momentos de mim, observo:
são
rebentos, olha tu, são rebentos de amendoeira
a
caminho de ser flor e a flor ser fruto...
Dentro dela, parecendo morta, sem viço,
a
semente de vida, talvez a Vida seja a Primavera,
que
do interior da noite faz a luz do dia...
2018-02-25
Jrd, 2021-02-25
https://www.facebook.com/jose.rodriguesdias/
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