Hoje, a propósito de uma reportagem num canal de televisão:
Teria a raposa fome?
Vindos
do lado do mar,
já
de noite, a luz a dos homens,
a
noite clara, quase luar...
Apareceu,
saltou para o muro,
felino,
olhar vivo, esguio, e digo-me:
ei-lo,
aqui está o gato da praia...
Mas
não, o gato da praia não, não era,
é
outro, e gato, gato mesmo, também não...
Talvez
um saca-rabos como o de Verão...
Nós
vindo
(seria
uma raposa?...),
o
ser vindo...
Saltando
muros,
parando,
olhando, sentando-se,
eu
fotografando...
Para
casa nós já indo
e
o ser, parando, andando, nos olhando,
e
o ser lá vinha vindo...
Abro
a porta do outro lado,
fechada
a de entrada,
e
logo aparece, fica deitado...
Deitado,
talvez sentado, não sei,
o
focinho afiado, olhos de luz reluzindo,
rabo
engordado, coisa de raposa...
Sim,
virada para mim, meiga, doce,
a
dois metros, não mais, como em pose,
uma
jovem raposa talvez com fome...
Vindo,
modo meigo,
nós
para casa indo, laudato si'!…,
teria
a raposa fome?
2016-11-07
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