O templo
Descera
uns degraus,
velho
era aquele granito,
e
segui-o, não me via.
A porta estava quase fechada,
enorme,
das antigas que o tempo não come,
por
pequena frincha se abrira.
Entrara.
Ali,
uns pequenos passos perdidos.
Segui-o.
Fechado o templo,
uma
porta leve abrira e nele entrara,
de
silêncio o ruído.
Desligo
o
telemóvel.
Segui-o.
O templo,
vazio,
enorme, ali vazio
o
templo!
Vi-o de pé a olhar.
Senta-se,
então, à entrada,
era
ali o Ocidente.
Não havia um concreto Sol
nem
uma discreta Lua,
não
era noite e nem era dia,
não havia pássaros e nem árvores
e
nem frutos proibidos,
chamas
também nenhuma se via.
Nenhum
rio a correr se pressentia,
nenhum
mar ondulava
nem pinga de água nem aragem,
havia apenas uma luz coada,
não
sei que coisa a coaria
mas
não era o coar de nuvens
nem eram folhas de árvores
nem
qualquer tipo de poluição,
também
não eram sombras,
era apenas aquela luz coada,
íntima,
uma luz sentida de alma calma,
era
apenas aquela luz tépida
como água de banho limpa
de
uma interioridade penetrada
em
momento de reiniciação.
2017-02-09
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