domingo, 31 de maio de 2020

A passarada




A passarada

  
É minha amiga toda a passarada,
gosto tanto como ela da liberdade, talvez mais,
porta da minha casa franqueada...

Comida e bebida é como gosta,
todo o ano, é a primeira a servir-se
mal a mesa acaba de ser posta…

Estão chegando os figos lampos,
são eles que os provam
como às nectarinas, as ameixas...

As uvas é que lá longe ainda vêm,
só agora é que estão a acabar de limpar,
nem em sonho as abelhas as vêem…

Cada pássaro, ou casal, tem um quarto, é enorme,
eles próprios depois fazem a sua cama, livremente,
e aí se amam como gostam e aí nascem para voar…

Dormem quando querem,
ninguém os maça,
a cor do tempo os acorda...

Os meus pássaros
são livres, 
livres os seus filhos...

Gosto deles, os pássaros
cantam para mim, ora uns, ora outros,
sinto que agradecendo...

2017-05-31

* * * 

in  José Rodrigues Dias, Poemas em tercetos simétricos, diarísticos, Livro II (Abril a Junho, 2017), Ed. Forinfor, 144 pp, 2018.


* * * 


Jrd, 2020-05-31

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