A passarada
É minha amiga toda a
passarada,
gosto tanto como ela da
liberdade, talvez mais,
porta da minha casa
franqueada...
Comida e bebida é como gosta,
todo o ano, é a primeira a
servir-se
mal a mesa acaba de ser posta…
Estão chegando os figos lampos,
são eles que os provam
como às nectarinas, as
ameixas...
As uvas é que lá longe ainda vêm,
só agora é que estão a acabar
de limpar,
nem em sonho as abelhas as
vêem…
Cada pássaro, ou casal, tem um
quarto, é enorme,
eles próprios depois fazem a sua cama, livremente,
eles próprios depois fazem a sua cama, livremente,
e aí se amam como gostam e aí
nascem para voar…
Dormem quando querem,
ninguém os maça,
a cor do tempo os acorda...
Os meus pássaros
são livres,
livres os seus filhos...
Gosto deles, os pássaros
cantam para mim, ora uns, ora
outros,
sinto que agradecendo...
2017-05-31
* * *
in José Rodrigues Dias, Poemas em tercetos simétricos, diarísticos, Livro II (Abril a Junho, 2017), Ed. Forinfor, 144 pp, 2018.
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Jrd, 2020-05-31
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