Um pastor olhando o céu…
No início era o nada,
um buraco no céu negro,
um mar sem um só raio pequenino
de uma pequenina estrela do mar,
e era também o verbo no início,
o que quer que fosse o verbo
e o início…
Do nada,
o nada nascido morto,
o verbo
criou um esboço de verso
de que se soltou
um sopro
de ser
em interrogação…
De pergunta em pergunta,
entre o ser e o não ser,
verso a verso,
o poema…
Um a um,
de cada um,
um poema…
Nós, os leitores,
o concreto da vida…
Nossas, as interpretações,
as perpétuas interrogações…
O sentido da obra,
a vida,
a sinfonia,
cada poema,
o sonho do autor...
Um pastor olhando o céu…
2012-05-12
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro um, 1/10 (Janeiro a Junho de 2012), 280 pp, 2018.
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Jrd, 2020-05-12
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