Da oliveira
Velhinha, quanta história presenciada,
cada ruga um rol de memórias,
sóis, ventos, silêncios,
sem conta a idade, oliveira
acarinhada...
Pomo-nos a conversar, todo o tempo é bom,
falamos sem palavras, em
silêncio,
as palavras dizem pouco,
conta-me histórias...
Por vezes, pergunto-lhe o que sucedera,
se fora ali terra de trigo,
que animais houvera,
por que mão chegou e se de
longe viera...
Abana as folhas, mexe um pouco
uma ramada
e em tom calmo de sábia, diz
como se em pergunta:
que importa agora isso…, e remexe-se, cansada...
A idade nos vai aproximando
conhecendo-nos melhor, gosto
dela, pertencemo-nos,
e o tempo nos
vai ensinando...
2017-05-29
* * *
in José Rodrigues Dias, Poemas em tercetos simétricos, diarísticos, Livro II (Abril a Junho, 2017), Ed. Forinfor, 144 pp, 2018.
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Jrd, 2020-05-29
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