Aquele nosso mar
Pára um bocadinho,
senta-te que é melhor,
em pedra rugosa à superfície
ou já polida pela corrente
que fazemos,
olha de onde viemos,
de que fontes e olhos nascemos,
quem primeiro fomos,
que corrente somos,
o nome do rio
e o mar,
aquele nosso mar
para onde juntos nos movemos...
Separa as águas da corrente
com o teu olhar atento,
escolhe a parte mais limpa
ou a menos suja,
como te parecer melhor,
e lava essa parte bem, muito bem,
como o mais sagrado
dos alimentos…
Volta a olhar,
levanta-te agora
que agora de pé é melhor,
olha como de gotas pequeninas saída
cristalina continua a corrente
feita de mãos
para o nosso mar...
2012-10-04
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro dois, 2/10 (Julho a Dezembro de 2012), 238 pp, 2020.
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Jrd, 2020-10-04
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