Música nos claustros
Ao fim da tardinha, quando o sol da volta descansar,
se tu viesses ouvir-me nestes claustros de amores,
de mistérios, de deitados eternos, de dissabores,
se tu viesses ouvir-me em musicais de encantar…
Ao fim da tardinha, quando o ar quente for temperado
pelo ar fresco da noitinha, em brisa doce do mar,
nestes claustros aqui sagrados de granito cinzelado,
se tu viesses ouvir-me em sinfonias de embalar…
Ao fim da tardinha, quando o homem deixar seu labor,
cansado, de olhos a lacrimejar, explorado pela cidade,
se tu viesses ouvir-me nestes claustros e descansar…
Ao fim da tardinha, voltando a mulher triste ao seu lar,
olhos de amêndoa quase a fechar, ferida pela maldade,
se tu viesses ouvir-me e, o silêncio puro, sentir o amor…
2011-07-29
in José Rodrigues Dias, Emanações do silêncio, 278 pp, 2019.
Jrd, 2020-10-01
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