segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Ergue-se o Sol!

 



Ergue-se o Sol!

 

 

Insinuando-se, vão vindo

e ficando vão-se enrolando em nós

por entre certas sombras,

 

connosco se sentam e deitam

e nos embalam

e num manto nos entorpecem,

 

e eles despertos

numa teia nos urdindo

à volta da cama...

 

Depois de calores, frios,

afiadas as dores das costas aos pés,

os tremores, os calafrios...

 

E o caminho dos dias ali se rompe,

a palavra é um ai repetido abafado,

 

 o verso um gemido monótono deitado,

o poema um ser sem viço nem sentido,

 

a vida de dor ali se renova 

numa eterna interrogação,

 

e da pergunta fica a dúvida

com um sinal de esperança...

 

E em novo dia,

longa a noite, a noite já morrendo,

ergue-se o Sol!

 

2016-01-04

 


(O primeiro poema escrito em 2016 e, por essa razão, o primeiro do próximo livro e, também por isso, sendo o poema da contracapa).


Jrd, 2021-01-11


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