Já
não escolho um livro pelos teoremas
Já
não é tanto o que em teorema se enuncia
e
logo de seguida com todo o rigor se prova
com
muitos símbolos e longas fórmulas
como
no início se queria…
Agora
é mais um livro a falar da vida,
de
um simples fechar e abrir de olhos
mesmo
que muito subtil
e
quase vago
como
um quase nada,
como
uma aragem fresca
fugidia
mas
viva apesar de tudo…
Ou
um livro que fale de uma flor
desde
que não seja de plástico,
nem
de ouro,
mesmo
sendo de ouro puro,
agora
é mais de uma flor
pela
mão plantada
ou
de uma semente ao vento
na
rocha nascida,
selvagem
em terra bravia,
mesmo
que frágil a flor
ao
Sol ardente caída, sedenta, os lábios molhados,
desde
que seja uma flor…
2012-08-21
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro dois, 2/10 (Julho a Dezembro de 2012), 238 pp, 2020.
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Jrd, 2020-07-27
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