Meditação
Em que meditas,
mulher,
assim em
fronteira oscilando incerta
entre
a noite
que te esconde
o que procuras
e te vai
fugindo e tu seguindo atrás,
tu sempre
atrás,
perseguindo o
que nem sabes o que é,
só tens um
pressentimento vago definido
que se vai redefinindo
no caminho
e a luz
que sempre te
chama
e te banha
na tua fronte
suave descaída
sobre a mão
parecendo deitada
em taça
ajustada em cada teu momento
como se fosse
uma antena parabólica automática
seguindo os
raios de maior intensidade
de um sinal de
luz viajando
sem descansar
pelo que é
ou já foi
ou que um dia
para nós ainda será…
Em que meditas
tu, mulher,
ainda assim
jovem
e tão bonita?
Diz-me que
caminho até aí te levou
a essa
bifurcação
de caminhos sem
aparente solução
ou que caminho
é esse que agora aí terminou…
Eu sei que não
te posso ajudar
mas, ainda
assim, diz-me
em que meditas
tu, mulher,
assim ainda tão
jovem
e bonita…
2013-10-06
in José Rodrigues Dias, Poemas daquém e dalém-mar,
178 pp, 2016.
* * *
Jrd, 2020-07-18
178 pp, 2016.
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Jrd, 2020-07-18
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