terça-feira, 2 de junho de 2020

Peito negro




Peito negro
  

Um peito negro
cor do Sol
quando vai alto

(negro
o meu rosto a trabalhar
se o Sol vai alto
sem parar)…

Do teu peito negro
leite
da cor de qualquer leite
(que brota tão puro e límpido
do peito
de qualquer cor…)
para ser peito negro
de um menino feito de amor
onde o bate-bate
do coração pequenino 
corre e sente
tal qual, igualzinho,
como o de um qualquer rio similar
no vermelho rendilhado de cor
(se diferente for
apenas o será pelo seu caudal
que variará com o tempo
que em cada caso for),

mas tal qual, igualzinho,
mesmo igual ao do maior coração
do mundo
que seja mundo de gente
(qualquer que seja a altura do Sol)
e que tenha a razão
presente…

2014-05-02

* * *

in José Rodrigues Dias, Poemas daquém e dalém-mar,
178 pp, 2016.

* * *

Jrd, 2020-06-02

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