Estudo em Branco
Sobre a toalha não pura de
brancura
pedaços de sombras,
ondas absorvidas e
reflectidas,
conjuntos difusos em mistura
de objectos ora fechados ora
abertos
como vidas ora quase cheias
ora quase vazias
de caminhos
como em imagem de copos
seguindo a luz incidente dos
dias,
versos e poemas por limpar
em sua impureza
nascida
de um pecado original,
restos de manchas por aclarar
à espera, quem sabe...,
de um último leucócito ou de
uma coisa assim
até o branco ser o mais
branco,
a luz a mais pura,
onde tudo se reflecte
sem um negro avaro escuro,
toalha pura da reflexão
integral,
soma de Darboux infinita
de fruição da alma
no limite integralmente limpa,
atrozmente calma…
Mas aqui, nesta toalha de
terra
que o suor limpa,
luz pura seria o frio de um
gelo,
um coco aberto sem sinal de
sede,
água sem se ver pura,
arco-íris desfeito
num céu sem nuvens,
um futuro sem qualquer
procura…
2014-01-28
in José Rodrigues Dias, Poemas daquém e dalém-mar,
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