(Continuando a publicar um dos poemas escritos neste dia, este em 2013,
e já publicado, este em livro de 2020).
Campo largo e depois
Depois do campo largo
largo
que nem imaginas,
tu dentro de quatro paredes com uma janela estreita
à frente de outras janelas estreitas como a tua,
quem sabe se sombria a luz, de Inverno,
e tu, talvez, ouvindo sons roucos de pássaros presos
numa televisão falando por falar, sozinha,
como um sem-família durante o dia
em casa vazia,
(olha, dizem que o campo fora antes de trigo
quando o campo era trabalho e pão
e um ao outro dava a mão,
irmão),
depois do campo largo
largo
que nem imaginas,
onde sou súbdito e senhor,
volto agora a esta oficina
que feita de liberdade
é quase prisão,
libertado, fechado, libertado,
onde a palavra
é um ser presente, omnipresente,
que, ainda assim, vai amadurecendo
fermentando como o pão
mesmo sem o calor do Sol aberto
do campo largo
largo
que antes fora seara
ao Sol
aloirando
pão
na mão!...
2013-12-14
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro quatro, 4/10 (Julho a Dezembro de 2013), 276 pp, 2020.
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Jrd, 2020-12-14
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