Sobre o solstício, dois poemas, um de 2012, o outro de 2014, escritos neste dia, publicados em livros de 2020. De que poema gostaria mais?
1) Solstício, como um povo
Neste solstício
o Sol ir-se-á reerguer
noutro reinício…
Como
um povo
novo…
2012-12-21
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro dois, 2/10 (Julho a Dezembro de 2012), 238 pp, 2020.
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2) O Solstício do frio e o Natal
É o Sol caindo em moita de sombras
em solstício neste norte de frio
como um moribundo triste em leito
com sua cor de vida em dor se diluindo
e seu sangue espesso correndo lento
e seu olhar turvo,
é um Sol exangue
mas é como aquele homem
com uma cruz caindo
que ouvindo
uma palavra amiga
se diz
não,
mais não!,
e logo então no cair se queda
e sua cor de morte outra logo se faz
em renovação de sangue
em purificação
que decorre de livros antigos
e de novo o Sol em luz suave se eleva
mesmo que primeiro em movimento trémulo
como ancião já quase dormente
que sentindo o calor e a chama de lareira
e um gole de mezinha antiga bem quente
lhe dá uma outra força
e fôlego para uma nova partida,
assim este dormente Sol
exangue
nesta sua fragilidade aparente
em queda
como doente
e a grandeza da vida
que renascendo se eleva
mesmo se parecendo já perdida
em poente…
2014-12-21
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro seis, 6/10 (Julho a Dezembro de 2014), 188 pp, 2020.
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Jrd, 2020-12-21
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