(Escrito neste dia de Dezembro, há seis anos, publicado no penúltimo livro deste ano; a foto do Luís é do fim de de Outubro).
O Luís e o Natal
Habita o Luís a rua e a rua o habita,
assim coabitam, comum a sua mala
que é um móvel na rua, cama e sala…
Eu subi à cidade, meu relógio parara,
o tempo me iludindo já me enganava…
Subi a rua que se queixava,
na rua o Luís, o Beato Salu,
que habita a rua que é sua,
eu apenas por ali passava…
Passando, parei:
um sorriso seu todo se abrindo
e a mão aberta se dando,
eu largo sorrindo
logo lhe falei…
Luís, então?
Respondeu-me sorrindo com a mão,
nem sim, nem não, a mão abanando…
Que haveria ele de me dizer,
que haveria eu de lhe dizer?...
Cuide-se!, e então de novo caminhei,
o meu relógio antes se parara,
doce seu olhar mais me ficara,
ali mais fundo eu em mim o guardei…
Entretanto, vai chovendo na rua
e o vazio vai-se enchendo de frio
enquanto a luz já se vai esvaindo...
É tempo de Natal com este vazio
assim frio subindo, a noite na rua caindo,
o Luís pensando, ali me sorrindo…
2014-12-13
in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro seis, 6/10 (Julho a Dezembro de 2014), 188 pp, 2020.
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Jrd, 2020-12-13
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