A
chuva, tanta coisa!
É
noite, chove,
começa
a chover muito,
terno
o
amor perto!
Lembro-me
do calor,
do
leito,
do
leito de um rio
que
de pequenino se faz
ao
caminho,
da
evaporação,
do
leve que sobe
e
do vento que o leva,
do
frio que o condensa em neblina,
do
que cresce
e
do peso
que
desce,
e
aparece a maçã de Newton
(dizem
que era uma maçã),
e
ainda a imagem de Galileu Galilei
de
Pisa
sentado
em Florença,
pisado,
admoestado,
e,
aqui, vejo os homens
como
luz que guia
e
como sombra,
uma
sombra negra
que
a luz desfaz…
Chove
ainda mais,
a
água da chuva
que
agora cai
é
pura
ou
quase pura
(digo
quase porque nada será puro
porque
há poeiras em tudo)
e imagino que a água corre para um rio
e
que no rio se baptiza
e
se lava
e,
se
o sujo lavado,
se
é outro,
como
num reset
iniciado…
Chove,
terno
o
amor perto,
e
pergunto-me ainda que mão
puxa
o vento
e
quem num sopro
iniciou
o tempo!...
2013-10-22
* * *
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