quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O vigésimo livro publicado e um poema

 


179 poemas, 276 páginas, o quarto de uma série de dez.


Um poema:



Nas rugas dos homens bons

 

  

Nas rugas dos homens bons

(mesmo que ténues ou atenuadas)

aprendi a ver

e a conhecer

sempre sóbria

a sabedoria peneirada fina

filtrada pelos olhares aguçados

de faces em limite sem preciso fim

de seus olhos muito fundos em poliedro

polidos pelas correntes contínuas do tempo,

suavemente temperados

os olhares

por amor

e por guerras de sobrevivência

de bizarros mundos.

 

E por ser assim, é assim

que creio que é,

assim aprendi cedo a ver

 

e de pequeno depressa a isso me habituei

como se fosse uma espécie de neto a ver um avô

ou uma espécie de avô a rever-se em neto,

 

porque o fim é sempre um começo

e o universo como um conjunto é vago 

mas das partes o todo faz-se só um!

 

2013-10-04

 

in José Rodrigues Dias, Diário Poético (2012 - 2016), Livro quatro, 4/10 (Julho a Dezembro de 2013), 276 pp, 2020.


* * * 


Jrd, 2020-09-10


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